Masturbação
...e foi que, neste dia, nu com a mão em exercício de masturbação, percebi que aquilo não só era um ato solitário mas um ato de amor, onde penetrava apenas quem amo num plano aquém. Por muitos pensariam que se tratasse de algo obsceno a figura de meu desejo vinculada ao ato de sexo-unitário. Mas estávamos ali. Carne, força e pensamento, que tornava o eu-só uma célula, imultiplicável. Contentado! Porque o tinha em impulsos nervosos, o manto imaculado que o vento carrega nas nuvens em branco, e passa como quem não quisesse chamar atenção, mas faz barulho de uivo, e não se percebe; pusilânime quem se encontra aqui, com mãos atadas ao sexo, esperando que a memória estugue o tempo pra sentir o leve e afoito gozo, que tem sido pra mim, a coisa mais insossa, mais vazia, só e unicamente estimulado, sinceramente triste por não haver duplicidade. E a falta de libido repousa como parasita indolor, sopita a fonte que me deixa de pé ainda, com mãos agora longe do sexo, porque não tenho mais prazer. E você está longe, sem nunca entender o meu ato de amor.
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